Asas Negras (parte 2)


Alexandre observou bem o castelo, era escuro e bem acabado. Ele, assim como os outros, estava com medo, ninguém entendia como eles haviam chegado ali e ainda não sabiam como voltar.
Camila estava em estado de choque, ninguém poderia culpa-la, depois de algo assim ninguém estaria calmo. Lilith e Caim conversavam no hall principal, os olhos claros de Lilith e seus cabelos vermelhos como o fogo faziam dela a mulher mais bela que Caim já havia visto, mas Alexandre ainda não mudara sua opinião, Camila era a mais bela de todas.
Alexandre tentava acalmar Camila, mas Caim só queria saber de como sair daquele mundo.
                – Se vocês quiserem sair daqui teremos que matar aquele ser alado, uma vez que ele é quem controla as passagens entre os mundos, quando fui para o seu mundo consegui passar escondida por sorte, mas agora ele está mais cuidadoso. – disse Lilith, sua face estava séria e sua voz ríspida. Somente agora Alexandre percebera que ela havia mudado um pouco, suas orelhas e dentes estavam pontudos.
                – Como poderíamos capturar aquilo? – perguntou Caim.
– Vocês terão o auxilio dos meus homens – disse Lilith.
                Alexandre sabia que não seria nada fácil, mas não tinha outra opção, se não capturassem o ser ficariam lá para sempre. Alexandre concordou e começou a pensar em um plano. Depois de algum tempo o plano estava formado e os homens de Lilith preparados, eles levaram cordas e algumas armas e partiram Alex partiu com grupo rumo a floresta sem Camila, que ainda estava se acalmando.
                O plano de Alex era simples, ele e Caim chamariam a atenção do ser que os perseguira e o levariam até uma região da floresta onde os servos de Lilith o prenderiam. Dito e feito. O espírito foi capturado com sucesso pelo simples plano de  Alex, que sabia que o plano só funcionara devido ao excesso de confiança do alado.
                – O que vocês pensam que estão fazendo? – gritou o ser de asas.
                – Capturando você – respondeu Caim – foi você que nos prendeu aqui.
                – Eu? Claro que não! Isso é armação da bruxa.
                – Por que deveríamos ouvir você? Foi você que nos trouxe aqui! Isso é tudo culpa sua! – Caim e os outros prenderam o alado em uma carroça puxado por cavalos, amarrado com correntes, mas não era necessário amordaça-lo.
                Alexandre foi um pouco mais atrás acompanhando a carroça. O alado estava parado, tinha uma aparência humana, talvez uns 20 anos para um humano, a face era a de um jovem de cabelos negros e escuros, mas a possuía cicatrizes, como se fosse um veterano de guerra, além das cicatrizes pelo corpo causadas pela queda. O homem abriu os olhos negros como um abismo sem fundo e sussurrou para Alex.
                – Você parece diferente do seu amigo, mais calmo e pacifico além de possuir um cheiro diferente – Alex estranhou o comentário, mas se manteve quieto e atento –, você tem que me ouvir, Lilith não é quem diz ser. Ela é um demônio de grande poder, foi ela quem trouxe você e seus amigos para esse mundo, eu queria trazer apenas ela de volta.
                – E por que ela nos traria aqui, somos fracos comparados a vocês.
                –Mas me capturaram. Ouça bem, na terra existem diversas lendas sobre um demônio chamado Lilith, é esse mesmo demônio que trouxe vocês para cá, ela sabe que dois de vocês tem grande poder, mas um veio por acidente. – para Alex essa pessoa extra deveria ser Camila. – Você é um caçador nato, tem a habilidade de capturar seres fantásticos com materiais simples. Você é aquele que matará Lilith.
                Alex passou o resto da viagem pensando, tentando entender o que o alado lhe falara. Ao chegarem ao castelo de Lilith o anjo foi levado para um calabouço no fundo do castelo, Lilith parabenizou os garotos e disse que logo poderiam voltar para seu mundo, assim que conseguissem convencer o alado a manda-los de volta.
                Ao escurecer Alex entrou escondido no calabouço para falar com o alado, que estava desmaiado e muito ferido, nesse momento, Alex percebeu que Lilith não pretendia usa-lo para mandar os três garotos para casa.
                – Acorde. – falou Alex em baixo tom para que não fosse ouvido. Em segundos o ser acordou. – Qual é o seu nome e quem de nós não deveria ter vindo?
                – Espere um segundo. – o ferido parecia ainda estar acordando. – Meu nome é Miguel, eu sou um guerreiro que defende essa terra que Lilith e seus demônios tentam dominar a séculos. Quanto a pessoa que não deveria ter vindo – Miguel ponderou por um segundo –, na hora que viemos para esse mundo senti que dois de vocês três tinham poderes especiais, mas depois de chegar perto tenho certeza que você e o outro garoto possuem esses poderes, pores, vocês dois possuem auras opostas, ele é agressivo e cruel, você é pacifico e honesto.
                Um barulho ecoou na caverna e Alex correu para se esconder era um Orc, um ser de aparência verde e forte com orelhas pontudas, comum em jogos de RPG. Ao olhar bem ao redor Alex viu vários seres diferentes ao seu redor, todos presos e aparentemente torturados, um pouco mais ao fundo estava uma mulher  com pequenas asas brancas e muito bonita, que já estava morta.
                Logo o Orc saiu de lá, o alado olhou par o garoto e desmaiou. O menino foi para o quarto, já que sabia que o alado não conseguiria mais falar e tentou dormir, pois amanhã tiraria essa estória a limpo com Lilith. 

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