Tânatos(final)
Sentado ao lado de Laura, que ainda estava desmaiada, Daniel
pensava em como poderia escapar de lá e impedir Patrícia.
Seu medo não
era o de perder alguém, pois ele era órfão há três anos, mas sim de morrer sem
poder aproveitar a vida como queria, mas ele percebeu que tinha outra pessoa que
ele queria que sobrevivesse: Laura, a garota quês o havia colocado nessa
encrenca e que por dois dias tentou acalma-lo por causa do que havia acontecido
e agora ele queria protegê-la do que estava acontecendo.
– Não se
preocupe Daniel, nós vamos sair daqui em breve – disse Laura, com a voz fraca e
já acordando.
– Mas como
vamos fazer isso?!
– Não se preocupe eu tenho um plano
Daniel.
Logo em
seguida dois homens entraram na sala e abriram a cela ao lado da de Daniel e
Laura, ao saírem da cela estavam carregando um garoto, ao olhar bem Daniel
percebeu que na verdade era Lucas.
– O que vocês
vão fazer com ele?! – perguntou Lucas.
– Isso não te
interessa garoto. – respondeu um dos guardas.
– Espere ai,
eu preciso de um pouco de água – disse Laura tentando parecer fraca e inocente
–, eu estou passando mal será que você pode me ajudar, por favor.
– Tudo bem,
mas sem gracinhas. – o soldado abriu a cela e entrou para ajudar Laura, quando
ele se abaixou para ajudar Laura ela bateu a cabeça dele na parede com força o
bastante para desmaia-lo.
Os dois atacaram
o outro guarda e Laura tirou uma faca que estava com o primeiro guarda e cortou
a perna do segundo que caiu no chão e depois tomou um soco de Daniel que fez o
guarda desmaiar, eles saíram correndo, com Lucas, da mansão, mas todas as
portas e janelas estavam trancadas, e ao olharem do lado de fora viram que já
iria anoitecer.
– Por que
eles ainda não estão atrás de nós? – disse Daniel – eles já deveriam ter nos cercado a essa
hora.
– É verdade –
concordou Laura –, mas eles não precisam já que nós estamos traçados e sem
saída.
– Mas por que
você está aqui Lucas, achei que você tinha fugido? – perguntou Daniel.
– Eu queria,
mas Patrícia me desmaiou e eu acordei na cela – explicou Lucas assustado –,
eles me assustaram quando falaram sobre eu ser um sacrifício.
– Lucas qual é o seu sobrenome?! – perguntou Laura com
uma cara de preocupação.
– É Lucas Sísifo. Por que a pergunta?
– Sísifo é um rei da mitologia grega
que, com muita esperteza, prendeu o deus da morte – explicou Laura – mas para
realizar o ritual que essas pessoas querem é necessário o sangue de um de seus
herdeiros.
– Então eles
vão me sacrificar para poderem dominar o mundo?! – perguntou Lucas com
desespero.
Laura não
respondeu apenas olhou para baixo, mas o olhar de Lucas se desesperou e ele
desabou de joelhos no chão.
– Estamos presos em uma mansão com um grupo de pessoas
que querem me matar, estamos acabados. – choramingava o pobre Lucas tentando
segurar o choro.
– Então nós
só temos que proteger...
–Parados ai!
– gritou Patrícia –, vocês vão ser mortos dessa vez!
Os três
saíram correndo e entraram no primeiro quaro que viram, Laura e Lucas estavam segurando
a porta e Daniel tentou, sem sucesso, abrir a janela, Daniel entrou em
desespero e decidiu pular e quebrar a janela.
– Daniel! –
gritou Laura preocupada.
– Vamos fugir
rápido daqui – disse Daniel.
Eles fugiram
correndo para a casa onde Laura e Daniel haviam passado os últimos dias, depois
de poucas horas eles chegaram, e o sol estava se pondo, Laura não explicou aos
garotos, mas se o ritual não fosse realizado até o por do sol do solstício de
inverno, que era hoje, ele só poderia ser feito daqui a mais sete anos e agora
a família de Lucas estaria a salvo.
Baang!
Um tiro acaba com a alegria de Laura, eles já estavam
em casa mas Lucas tomou um tiro e ele morreu, ao olhar para o chão, ela viu que
havia um circulo no chão e reconheceu que era o circulo para o ritual.
– Acabou sua
idiota – gritou Patrícia –, agora eu vou dominar o mundo.
Um grande
nevoeiro sombrio começou a se juntar ao redor do corpo morto de Lucas, e de lá
saiu um homem com asas negras como a noite e um longo cabelo prateado, ele
usava uma coleira e uma toga escura, os olhos de Laura se arregalaram e ela
ficou desesperada a pobre garota caiu ao chão e seus olhos só tinham medo.
Baang!
Outro tiro,
mas dessa vez a bala veio de Daniel que atirou no homem sem obter resultado,
apesar de acertar bem no coração.
– Seu idiota
esse é Tânatos o deus da morte. Seu coração é de ferro e as entranhas de
bronze, balas não podem feri-lo! – disse patrícia e soltou uma risada
megalomaníaca – acabou seu perdedor!
– Mas como
você tem tanta certeza que ele não irá te matar?! – perguntou Daniel.
– Porque eu
tenho a corrente que me permite domina-lo, agora acabe com eles de uma vez
Tânatos. – O deus olhou com desprezo
para Patrícia e se virou para Daniel.
Medo, frio e
tristeza são apenas algumas das inúmeras emoções que tomaram Daniel naquele
momento, ele olhou para o deus, para a paralisada Laura e para Patrícia, Daniel
sabia o que fazer e sabia que o deus não o impediria, ele atirou no peito de
Patrícia que caiu no chão agonizando, ele passou corendo pelo deus que não
tentou para-lo e pegou a corrente da mão de Patrícia.
– Eu ordeno
que volte ao seu mundo por toda a eternidade! – gritou Daniel o belo deus sorriu
e, por algum motivo, agradeceu desapareceu em um furacão negro.
Outra falsa
sensação de alivio que durou os poucos secundo que Daniel teve para correr e
abraçar a pobre Laura que acabará de se recuperar do choque, mas logo quando Daniel começou a fase “Eu te...”
mas ele não a terminou pois havia tomado um tiro de patrícia que após fazê-lo
morreu de vez.
Daniel
agonizando olhou para Laura e que desabava em lagrimas, eles se encararam por
alguns minutos, eles fecharam os olhos e se beijaram, mas Daniel não abriu os
olhos mais. Não havia nada que Laura pudesse fazer, pois o jovem que salvara o
mundo havia dado seu ultimo suspiro e ninguém além dela poderia saber.
– autoria de Guilherme Salomão
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