Tânatos (parte 1)


Um jovem, vagabundo e preguiçoso estava em casa, onde morava sozinho já que seus pais faleceram quando ele tinha apenas 13 anos, e hoje ele já tem 16anos
                Mesmo sem fazer esforço algum o jovem, que se chamava Daniel, tinha excelentes notas e vivia convidando uma garota chamada Patrícia, uma das mais bonitas da cidade, para sair apesar de mesmo após varias vezes ter sempre recebido a mesma resposta, um bem dado: “não”.
                Enquanto andava pela cidade que era cinza e fria, Daniel se perdeu sonhando com Patrícia e com seus olhos azuis como estrelas e cabelos escuros como o céu noturno. Após meia-hora andando pela cidade Daniel tombou ao tropeçar em uma pedra, logo ele percebe uma estranha carta em um envelope preto, ao olhar a carta logo percebe que não tem endereço ou nome, cheio de curiosidade Daniel decide levar a carta para casa.
                Em sua casa Daniel não agüentou e abriu a carta, o papel da carta era de um vermelho sangue e a mensagem, um texto em prosa e curto, estava em outra língua que Daniel não conhecia, preguiçoso como sempre Daniel não deu importância a carta e foi dormir.
                No dia seguinte ele pensou em levar a carta para a escola e ver se alguém conhecia, mas não obteve resultado, pois seus colegas não conheciam e ele não gostava de perguntar nada aos professores. Durante a aula de matemática Daniel dormia como de costume quando foi acordado por uma doce e suave voz, ao abrir os olhos sorriu por ver Patrícia, mas logo essa alegria deu lugar ao medo, Daniel viu um homem alto, usando roupa preta e armado na sala, logo Patrícia explicou-lhe o que estava acontecendo, os homens invadiram a escola e disseram que queriam algo, mas não falaram o que. Logo outro homem entrou na sala e disse:
– Vamos levar dois de vocês – enquanto outro homem, ainda mais alto, entrava com uma garota e um garoto na sala –, você e você venham conosco – e apontou para Daniel e Patrícia.
                Eles entraram em uma mini-van no estacionamento da escola e foram ordenados a ficarem quietos. Daniel tentava parecer calmo, mas seu coração estava a cem por hora e seus medos a flor da pele. Após varias horas eles pararam e disseram que todos deveriam descer, eles estavam em um bosque afastado da cidade, os garotos foram ordenados a ficarem parados um do lado do outro quando um dos homens disse:
– onde está o ritual? – isso deixou os jovens confusos, pois não fazia idéia do que eles estavam falando – Vocês estão surdos? Eu perguntei onde está o ritual? – novamente sem resposta o homem ficou furioso e chamou SUS comparsas para discutir e manteve as crianças dentro do veiculo.
Sem que o homem percebesse as duas meninas se soltaram e soltaram os dois meninos, eles escaparam em silencio enquanto os homens discutiam os garoto se afastaram o máximo possível, e já no crepúsculo do dia eles estavam perdidos e decidiram parar, enquanto fugiam eles se conheceram o menino se chamava Lucas e a menina se chamava Laura, eles eram um ano mais velhos que Daniel e Patrícia.
                Todos estavam muito assustados e sem entender nada, Daniel perguntou se algum deles sabia por que eles haviam sido seqüestrados, Lucas disse ter ouvido alguma coisa sobre um sacrifício, isso deixou todos apavorados e Daniel gelou, Laura disse ouvir algo sobre uma carta vermelha que explica um ritual, essas palavras fizeram o sangue de Daniel gelar, ele ficou morrendo de medo do que poderia acontecer se eles achassem a carta com ele.
                Daniel pensou em não falar sobre a carta, mas ao acordar no dia seguinte não encontrou Lucas e Laura, ele e Patrícia, que estava dormindo, estavam sozinhos. Sem conseguir falar e com medo do que aconteceria se eles fossem encontrados Daniel acordou Patrícia e eles foram procurar a cidade por quase uma hora, sem achar sinal de civilização e sem falar nada.
                 Daniel não agüentava mais ter esse segredo consigo então contou a Patrícia, a única pessoa de sua sala que não tinha visto a carta, sobre a mensagem ao olhá-la patrícia se assustou, pois entendeu a mensagem.
                – Isto é latim – ela disse –, e o que esta escrito aqui é... – Patrícia não conseguiu terminar de falar, como se fosse uma maldição terrível – é melhor deixar prá lá, e vamos seguir em frente.
                 Já devia ser meio-dia pela posição do sol, mas eles não faziam idéia de onde estavam Daniel estava morrendo de fome então foi procurar algo para comer, ficou fora quinze minutos e quando voltou Patrícia havia sumido, e havia uma mensagem: “Nos entregue a carta ou sua amiga irá sofrer as conseqüência, esteja no topo da serra e duas horas e sem ninguém”. “Como descobriram sobre a carta?” Daniel pensava, será que haviam torturado Patrícia? Mas Daniel não tinha tempo para se preocupar com isso ele precisava salvar Patrícia. Ele foi até o local descrito na mensagem e eles estavam mesmo lá.
                Novamente o medo percorria seu corpo todo, mas ao ver Patrícia, ficou aliviado por ela estar bem, apesar de estar amarrada e amordaçada.
                – A solte a carta esta aqui – disse Daniel tentando parecer corajoso.
                – Primeiro me entregue à carta fora do envelope – disse o homem que estava mais a frente e pela voz era o mesmo que tentara forçá-los a falar no dia anterior –, depois soltamos a garota.
                 Daniel deixou a carta no chão e se afastou após o homem pegar a carta e soltar Patrícia, ela foi correndo até Daniel e o abraçou com medo e ele a abraçou de volta. Mas logo após o abraço ela o homem a pegou pelo braço e empurrou Daniel, ela foi jogada dentro do veiculo e trancada lá dentro. Os homens fugiram com Patrícia, mas dois deles ficaram lá e apontaram suas armas para Daniel, em poucos segundos uma alegria e alivio se transformaram em medo e agonia. Daniel estava achando que morreria ali se mais nem menos.
 No último segundo um dos homens, de súbito, tomou um tiro nas costas e caiu morto no chão, o outro se virou para ver quem foi, mas levou um tiro na cabeça, Daniel ficou paralisado, mas olhou ao redor para ver quem era seu salvador, sua surpresa foi ver, não muito longe, Laura.
Daniel tomou um pouco de água e se sentou com Laura, logo ele disse o que havia acontecido e sobre a carta, mas depois de explicar tudo exigiu saber quem era ela afinal de contas.
– É difícil de explicar agora, mas se não pegarmos a carta teremos sérios problemas – disse Laura.
– Que problemas? E o que houve com Patrícia? – Daniel perguntava impacientemente.
– Eu sou de uma organização que se dedica a evitar que esse pessoal que nos seqüestrou, o plano deles é invocar um antigo espírito para dominar o mundo.
– Mas como isso é possível?! E como eles pretendem fazer isso?
– Eles precisavam de um sacrifício e do ritual, que estava na carta.
– Então Patrícia será o sacrifício. – seu corpo tremia pelo que aconteceria a Patrícia –  E como você pretende impedi-los?
– Com a sua ajuda – enquanto falava Laura deu uma arma para Daniel.
– Mas eu nem sei usar isso.
– Você tem escolha, ou vem ou todos irão morrer.
                Daniel tinha medo e não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas duas pessoas haviam morrido e isso não era nenhuma brincadeira, chegara à hora de ele seguir em frente e pela primeira vez na vida fazer algo corajoso. Ele e Laura se olharam e apertaram as mãos. Daniel deu o primeiro passo para uma aventura que poderia matá-lo e que ele ainda não entendia.
– Autoria de Guilherme Salomão

Comentários

  1. Seu texto não tem tanto de King... porque é mais ambicioso que este, e tem razão para ser. Tem algo de kafkaniano, tem algo de Edgar Allan Poe, tem, enfim, muito de novo!

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