Tânatos(parte2)

Já haviam se passado dois dias desde que Patrícia havia sido seqüestrada e Daniel não fazia idéia de onde ela estava, ele e Laura estavam sozinhos em uma casa na floresta, na verdade Daniel não fazia idéia nem de onde ele mesmo estava.

Ele esperou que Laura lhe contasse o que estava acontecendo, mas a única coisa que lhe explicara era que precisavam recuperar carta e que para isso teriam de ser rápidos, Laura chegou com duas armas nas mãos e entregou uma a Daniel e lhe disse:

                – Temos que ir agora Daniel, se não será muito tarde.

                – Para onde? Você ainda nem me disse o que está acontecendo aqui!

                – Você pode não agüentar a verdade, mas se realmente quiser saber...

                – Me diga logo! – Daniel não sabia se poderia agüentar, pois a imagem dos dois agentes sendo mortos ainda pesava em sua cabeça, mas queria saber a verdade logo.

                – Esse grupo que seqüestrou a Patrícia esta tentando dominar o mundo utilizando de um poder antigo e maligno.

                – Mas do que você esta falando?! Como algo assim poderia existir?!

                – Como eu disse você não entenderia, nem eu mesma entendo o que esta acontecendo, mas sei que devemos impedi-los agora!

                – Mas antes temos que salvar Patrícia custe o que custar.

                – Você quem sabe, mas eu tenho minhas próprias prioridades.

                 Ambos saíram sem falar uma palavra por cerca de duas horas, eles estavam indo para o topo da serra onde Laura disse que eles estavam alojados. Ao chegar ao topo eles avistaram uma mansão bem acabada, mas ainda assim enorme, Daniel se perguntava quantos homens poderiam estar lá e quantos queriam vingança por seus amigos mortos?

                – a cerca elétrica esta ligada, vamos ter de tomar muito cuidado. – disse Laura em voz baixa para que não a ouvissem.

                Eles entraram durante a troca de turnos dos guardas e logo viram uma arvore que dava numa janela do piso superior, ela estava destrancada e eles entraram sem dificuldades. Devagar e sem chamar a atenção eles olharam sala por sala, Laura estava atrás da carta e Daniel atrás de Patrícia.

                Eles viram uma escada que dava no sótão e pensaram que poderia ser um bom lugar para se esconder um item de extremo valor e uma linda, porém apavorada, refém, ainda mais se tratando de um grupo tão desumano quanto Laura disse para Daniel. Infelizmente a porta estava trancada e eles tiveram de procurar a chave.

                Olharam varias salas sem sucesso, mas perceberam que por algum motivo não havia guardas nem sistemas de segurança, começaram a se perguntar se aquele era o lugar certo. Em um momento eles finalmente encontraram um guarda, eles seguiram o guarda até a porta do banheiro e quando ele saiu foi recebido por uma pancada de um jarro de vidro que estava por perto.

                Eles amarraram o guarda e foram embora com a chave, ao entrarem no sótão encontram patrícia, mas a carta não estava lá.

                – Onde está a carta?! – disse Laura com já desesperada – Nós olhamos em todos os quartos e a carta não está em lugar nenhum.

                – Dane-se a carta, nós temos que ir embora daqui e levar Patrícia em segurança para casa! – disse Daniel com firmeza.

                – Não! Temos de achar a carta se não tudo será perdido.

                Daniel não quis ouvir Laura e saiu correndo segurando a mão de patrícia sem que ela dissesse nada ou olha-se em seu rosto, “aquilo deve tê-la traumatizado” ele pensou, mas antes de descerem as escadas para a porta da frente ele ouviu um grito alto e próximo.

                Com medo ele foi até o local do grito, que sabia que era de Laura, e ao chegar lá ele vê Laura desmaiada e sendo segurada por um guarda de dois metros de altura, do nada Daniel sente uma pancada e desmaia.

                Algumas horas depois Daniel acordou em uma cela de pedra e ao seu lado estava Laura, também desmaiada, ele grita perguntando o que havia acontecido e onde estavam. Então Patrícia entrou na sala acompanhada de dois homens.

                – Então você finalmente acordou? – disse patrícia com uma voz suave, porém dominadora.

                – Patrícia o que está acontecendo?! Por que Laura e eu estamos presos e você não?

                – Você ainda não entendeu Dani?  Eu sou a chefe dessa organização depois que meus pais morreram há um ano eu me tornei a líder e continuei o plano deles de dominar o mundo, em uma ditadura onde aqueles que desobedecerem as regras serão mortos e irão aprender por meio da dor o que é a justiça, eu irei purificar o mundo com esse novo poder! – ela então soltou uma gargalhada megalomaníaca, ela nem tinha o poder, mas já estava louca.

                – E quanto aos direitos à liberdade, as pessoas poderão se expressar livremente nessa sua utopia?

                – É claro!

– Mesmo se for contra você?

–claro que não!

– De que adianta uma sociedade perfeita se as pessoas não podem se expressar livremente, você nem tem o poder e já se corrompeu, essa sua sociedade perfeita se tornará uma ditadura em que você dominara e os outros serão seus escravos. – disse Daniel com a voz forte.

– Talvez você esteja certo e o poder me corrompa, mas hoje eu me tornarei a rainha de uma nova era.

Patrícia foi embora dando as costas para Daniel e Laura, que estava desmaiada, antes de ir patrícia deu uma ultima olhada para Daniel e disse:

­– aproveite suas poucas horas restantes com ela. – e deu outra gargalhada.

Patrícia saiu e fecharam a porta, lá dentro havia um só guarda e o local era pouco iluminado. Pelas palavras de Patrícia em poucas horas eles fariam... Fosse o que fosse, e Daniel sabia que o mundo como o conhecia ia acabar em poucas horas e ele tinha que impedir Patrícia, a garota por quem ele estava apaixonado há poucos minutos, a qualquer custo.
–Autoria de Guilherme Salomão